Resenha: No reino desta história, as pessoas fazem o que dá na telha: o padeiro não fabrica pão há anos porque prefere pintar quadros, uma moça passa a vida ao lado de um poço esperando se encontrar no que sai lá de dentro, uma velhinha vigia a Torre do Sono para que ninguém se atreva a dormir... e todos procuram um estafilágrio, coisa que ninguém sabe o que é. Mais malucos ainda são o rei e a rainha: é ele quem serve o povo (até engraxa os sapatos do engraxate!) e só será coroado depois de ter servido bastante, e é ela quem dá aula quando a professora falta. Todo mundo ali fala o que tem vontade e acha muito sábios os provérbios do avô do rei, coisas aparentemente sem pé nem cabeça como "quem nunca se afoga muito se arroga" e "uma cauda sem tropeço ou é falsa ou é de gesso". É nesse lugar que a menina Heloísa vai parar um dia, guiada por uma formiga falante e questionadora. Levando na bagagem todas as referências do seu próprio mundo, Heloísa chega achando tudo aquilo muito errado. Os habitantes malucos do reino, por sua vez, acreditam que é Heloísa quem tem problemas - para eles, ela sofre de "dicionário", mal que acomete quem se prende demais ao uso literal e utilitário das palavras. Em meio a diálogos sensacionais e situações muito inusitadas, Heloísa vai, aos poucos, descobrindo que cada um tem o seu jeito de ser e que há mais de uma maneira de ver as coisas. Enquanto acompanham as aventuras da menina, os leitores compartilham as suas descobertas e, assim como ela, assimilam sem perceber valores essenciais: o questionamento do senso-comum e a autoconfiança.
Apresento neste blog acervo de livros infantis e infanto-juvenis disponíveis no mercado literário brasileiro. A ideia do Blog é incentivar o gosto pela leitura às crianças de todas a idades, buscando auxiliar aos profissionais de magistério, pedagogia e pais, com a maior fonte de informações possíveis a respeito desta literatura, reunidas em um só lugar em que facilitasse a pesquisa dos interessados. Uma "doce leitura" a todos.
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quarta-feira, 28 de maio de 2008
O Rei Maluco e a Rainha Mais Ainda - Fernanda Lopes de Almeida
Resenha: No reino desta história, as pessoas fazem o que dá na telha: o padeiro não fabrica pão há anos porque prefere pintar quadros, uma moça passa a vida ao lado de um poço esperando se encontrar no que sai lá de dentro, uma velhinha vigia a Torre do Sono para que ninguém se atreva a dormir... e todos procuram um estafilágrio, coisa que ninguém sabe o que é. Mais malucos ainda são o rei e a rainha: é ele quem serve o povo (até engraxa os sapatos do engraxate!) e só será coroado depois de ter servido bastante, e é ela quem dá aula quando a professora falta. Todo mundo ali fala o que tem vontade e acha muito sábios os provérbios do avô do rei, coisas aparentemente sem pé nem cabeça como "quem nunca se afoga muito se arroga" e "uma cauda sem tropeço ou é falsa ou é de gesso". É nesse lugar que a menina Heloísa vai parar um dia, guiada por uma formiga falante e questionadora. Levando na bagagem todas as referências do seu próprio mundo, Heloísa chega achando tudo aquilo muito errado. Os habitantes malucos do reino, por sua vez, acreditam que é Heloísa quem tem problemas - para eles, ela sofre de "dicionário", mal que acomete quem se prende demais ao uso literal e utilitário das palavras. Em meio a diálogos sensacionais e situações muito inusitadas, Heloísa vai, aos poucos, descobrindo que cada um tem o seu jeito de ser e que há mais de uma maneira de ver as coisas. Enquanto acompanham as aventuras da menina, os leitores compartilham as suas descobertas e, assim como ela, assimilam sem perceber valores essenciais: o questionamento do senso-comum e a autoconfiança.
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